quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Santiago





Chove sobre Santiago,
Enquanto as mãos de Victor Jara
São o sonho chileno que se tritura
E canta,
Como um fruto doce que se apaga
Em uma língua cítrica.

Chove sobre Santiago,
Enquanto o corpo de Pablo Neruda
é mais uma parte latinoamericana 
Que apodrece, com pulmões
Dilatados e secos.

Chove sobre Santiago,
E sem ameaça de bonança,
Os cadáveres marcham
Sobre a cidade,
À contrapelo,
Pálidos, com suas cordilheiras expostas,
Forjando unidades,
Como se a vida não terminasse
Em si mesma.

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