sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Bloch

Milagrosamente uma nova postagem aparece em um intervalo curto de tempo. Um poema dessa vez sobre o historiador francês Marc Bloch. Durante o curso de História um dos momentos mais marcantes e até emocionantes foi a leitura (e releitura) do livro Apologia da História ou O Ofício do Historiador. Além das reflexões brilhantes de Bloch acerca do ofício o que sempre me saltou aos olhos é que a Apologia da História é um ato de amor.

A obra foi escrita nos cárceres do nazismo (Bloch era judeu), a partir da lembrança de seu filho, Ethienne, que lhe perguntara: Pai, pra que serve a História? A resposta, então, vem em uma linguagem apaixonada, tocante, acompanhada por uma lucidez que resiste ao cárcere.

Não é meu objetivo, pelo ao menos por enquanto, expor detalhadamente essa obra, (talvez um dia, quem sabe?) mas fica o convite à leitura e o poema ao Bloch...

A História se move
E o artesão emocioando
Reflete em torno da criação
Como quem, em pouco tempo
Detém a certeza da
Perda

Mas sua pena ainda desliza,
Erque o pó que forra a cela,
E assim o homem se torna a carna
Que alimenta o ogro,
Enquanto o vácuo completa a paisagem de
Uma estranha derrota...

E o que pode sempre oferecer
É certamente suor e sangue:
Paixão...


Nenhum comentário:

Postar um comentário